quarta-feira, 11 de abril de 2012

Simples assim

“A utopia sufoca a educação de qualidade”


http://educacaointegral.wordpress.com/2011/05/02/educadores-contestam-artigo-de-gustavo-ioschpe-da-revista-%E2%80%9Cveja%E2%80%9D/


Dois males assolam nossa educação:

1-     Esperança vã de pensadores e legisladores de que uma escola que mal consegue ensinar o básico resolva todos os problemas sociais e éticos do país e
2-     Economistas darem opinião sobre educação em uma das revistas mais importantes do país.
Gustavo Ioschpe escreve falácias, não conhece a realidade e olha para a educação como uma tabela de dados.
É uma mistura de indignação e vergonha ler suas conclusões, que são cheias de soluções simplistas.
Segundo ele, aumentar a carga horária de Língua Portuguesa,Ciências e Matemática na grade curricular do aluno pobre resolveria o problema da educação e a produtividade no mercado de trabalho competitivo.
Faltou finalizar o texto com “fácil assim”.

domingo, 8 de abril de 2012

Profissional e pessoal...onde começa? onde termina?

Qual a diferença entre vida profissional e pessoal? Até onde vai a vida pessoal e onde começa a vida profissional?

Percebo que algumas pessoas têm essa fronteira claramente definida em seus hábitos, dizem “Quando chego em casa, não falo de trabalho” ou “Quando piso no trabalho, esqueço meus problemas pessoais.”
Eu não consigo. Estudo, trabalho e vida pessoal estão ali o tempo todo, lado a lado comigo, onde quer que eu vá.

Quando estou em casa, falo sobre noticiários, futebol, filmes, histórias engraçadas que ouvi ou vi, falo sobre minhas preocupações com o mundo, sobre coisas que aprendi nas aulas de mestrado, no jornal argentino que leio para aperfeiçoar meu espanhol e falo muito, muito, sobre meu trabalho.
Falar sobre todas essas coisas é prazeroso, o simplesmente “falar”, faz com que eu veja as situações de diferentes perspectivas.
Um fato super valorizado durante o dia, no momento em que relato, já não parece tão grandioso assim. Acredito que é um aprendizado.
Nas aulas do mestrado, frases ditas por minhas queridas professoras, servem tanto para minha vida profissional, quanto na vida pessoal.

Em uma dessas aulas, ouvi “É preciso um esforço para reconhecer a realidade” e mais “Quando compreendemos a realidade, a transformamos.”

Duas frases incríveis que cabem diretamente com minha rotina como Diretora de escola, que tenho que ir além do que dados, das reclamações, elogios, sugestões...é uma união de tudo e um esforço para compreender e interferir na realidade.

Já na vida pessoal, são belas frases, que fazem com que eu pare, busque a verdade, me esforce para construir um novo olhar sobre minha realidade, a realidade das pessoas que eu amo e aí quem sabe transformar...

E na verdade a professora estava falando sobre a pesquisa em si.

Essa sou eu...mulher, diretora, esposa, mestranda, querendo ser mãe, não sabendo onde começa uma e termina a outra.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Requisitos basicos para realizar qualquer pesquisa - Luna 1997

1 - Formulação de um problema de pesquisa;
2 - Determinação das informações necessárias para responder as perguntas feitas;
3 - Seleção das fontes dessas informações;
4 - Descrição das ações que produzem informações;
5 - Seleção das ações para tratamento/analise dessas informações;
6 - Existência de um sistema teórico para interpretação dos resultados;
7 - Produção das respostas as perguntas formuladas no problema;
8 - Indicação do grau de confiabilidade das respostas obtidas;
9 - Indicação da generalidade dos resultados.

Autoscopia - é um procedimento de coletas de dados.
O sujeito tem seu comportamento videogravado em um determinado ambiente e, posteriormente e colocado em uma situação para observar esse material gravado, editado ou não, para que emita comentários sobre o mesmo, por solicitação do pesquisador e em função dos objetivos da pesquisa.

Toda vez que vamos pesquisar, com entrevistas ou dados, temos sempre que pensar, será, será, será que e isso mesmo?????

Um trabalho de autoscopia é uma maneira de fazer com que a pessoa se veja.


Livro: Pesquisa em educação 
Capítulo: A voz do sujeito como fonte primaria na pesquisa qualitativa: a autoscopia e as entrevistas recorrentes.

Para gente mudar, temos que dar um novo olhar, olharmos desprendidos, sem querer achar nossas qualidades ou características nossas, como sendo as melhores. 

Nome para citações científicas

Hoje descobri que posso utilizar o Golz nas minhas citações, estava preocupada com isso, li que seria o último sobre nome, como casei o meu sobrenome é Pereira, nada contra, mas ninguém me conhece assim.

Agora só falta decidir se vou usar Golz Ribeiro ou somente Golz.  

Amei, amei, amei!

sábado, 24 de março de 2012

Pestalozzi - "O homem não chega a ser homem a não ser por meio da educação"


Johann Heinrich Pestalozzi (Zurique, 12 de janeiro de 1746  Brugg, 17 de fevereiro de 1827) foi um pedagogo suíço e educador pioneiro da reforma educacional.
Seu pai morreu quando ainda era criança, foi criado pela mãe, sua família empobreceu. As dificuldades para sobreviver fortaleceram sua alma ainda na infância. Ele conheceu de perto o preconceito social e teve de lutar muito para se tornar conhecido numa sociedade dividida entre nobres e plebeus e entre ricos e pobres. Durante esse período recebeu orientação religiosa protestante, mas considerava-se sempre umcristão, sem defender qualquer religião.
Após a leitura do Emílio, de Rousseau, Pestalozzi foi influenciado pelo movimento naturalista e tornou-se um revolucionário, juntando-se aos que criticavam a situação política do país.
Na próxima aula da Professora Maria Aparecida, discutiremos sobre Pestalozzi, procurei na biblioteca da minha escola, um livro sobre ele, encontrei uma coleção de Educadores, produzida pelo MEC. No Livro: Johann Pestalozzi de Michel Soetard, apresenta as histórias dos métodos pedagógicos criados por Pestalozzi e ele afirma:
"Eu creio que não se possa pretender obter, em geral, um progresso na instrução do povo, até que não se tenha encontrado formas de ensino que, ao menos durante todo o período da instrução elementar, façam do professor um mero instrumento mecanico de um método, cujos resultados devem provir da natureza de seus processos e não da habilidade de quem o pratica. Eu sustento que um livro didático é um bom livro somente quando pode ser usado tanto por um mestre sem instrução quanto por um instruído. O livro deve ser essencialmente composto de tal modo que tanto o homem inculto quanto a mãe encontrem nele guia para poder estar sempre em um passo adiante da criança no caminho pelo qual devem, com sua arte, conduzi-lo progressivamente. (pestalozzi, 1929, p.41)"
Ele compõe a tripartição da obra educativa, sendo:
Primeira -> a situação determina a visão do mundo, o conhecimento (educação intelectual em sentido amplo);
Segunda -> as necessidades criam o esforço, a vocação (educação estética);
Terceira -> as relações fundam a previsão, as virtudes (educação moral).
Todas elas constituem as partes da educação elementar.
Pestalozzi reduz os cinco meios artísticos de fortalecer a educação (linguagem, desenho, escrita, cálculo e medida) para três: linguagem, forma e número, designando-os com o nome de elementos. Estes elementos são, às vezes, da educação (sentido individual) e da cultura (sentido objetivo). Isso é possível pela origem comum de ambos: a consciência humana, de cujo cultivo são dois aspectos. Assim, é possível estabelecer uma reciprocidade entre aqueles: a cultura é o conteúdo da educação, e a educação é o elemento formador da cultura. Esta é a base da concepção idealista da pedagogia, que nasce em Pestalozzi.

Rousseau

Na aula de Percursores, Teóricos da Educação, com Professora Maria Aparecida do dia 22 de março, fiquei encantada e surpresa com as ideias de Rousseau - Jean-Jacques Rousseau (Genebra28 de Junho de 1712 — Ermenonville2 de Julho de 1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor doromantismo.


Jean-Jacques Rousseau não conheceu a mãe , pois ela morreu alguns dias depois do parto. Foi criado pelo pai, Isaac Rousseau, um relojoeiro calvinista, cujo avô fora um huguenote fugido da França. Aos 10 anos teve de afastar-se do pai, mas continuaram mantendo contato.
Na adolescência, foi estudar numa rígida escola religiosa sendo aluno do pastor Lambercier. Gostava de passear pelos campos. Em certa ocasião, encontrando os portões da cidade fechados, quando voltava de uma de suas saídas, opta por vagar pelo mundo.
Acaba tendo como amante uma rica senhora e, sob seus cuidados, desenvolvendo o interesse pela música e filosofia. Longe de sua protetora, que agora estava em uma situação financeira ruim e com outro amante, ele parte para Paris.
Rousseau tem cinco filhos com sua amante de Paris, porém, acaba por colocá-los todos em um orfanato. Uma ironia, já que anos depois escreve o livro Emílio, ou Da Educação que ensina sobre como deve-se educar as crianças.
O que escreve como peça mestra do Emílio, a "Profissão de Fé do Vigário Saboiano", acarretar-lhe-á perseguições e retaliações tanto em Paris como em Genebra. Chega a ter obras queimadas. Rousseau rejeita a religião revelada e é fortemente censurado. Era adepto de uma religião natural, em que o ser humano poderia encontrar Deus em seu próprio coração.
Parece-me um homem muito a frente do seu tempo, aliás a frente inclusive do meu tempo, suas teorias me intrigaram, como deixar viver as crianças por seus próprios instintos, sem interferir em sua espontaneidade, fico imaginando como seria uma sociedade, sem as interferências que lhe são aplicadas.
Por exemplo, Rousseau diz: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe." Em alguns trechos indica que uma criança de 2 a 12 anos não deve ser obrigada a dizer "por favor" e "obrigado", segundo ele, isso não é natural da criança, é sim imposto pelo homem, que diretamente ensina esta criança a ser um bajulador quando adulto.
Uma de minhas colegas da turma, contou que certa vez, seu filho ganhou um presente e questionou: "só isso?", fazendo com que ela ficasse com vergonha perante a pessoa que presenteou. Para Rousseau provavelmente, esse ato seria sua espontaneidade e não deveria ser entendido como ingratidão ou falta de educação.
Passei a tarde pensando como seríamos se seguíssemos seus preceitos.

domingo, 18 de março de 2012

A construção do olhar do pesquisador

Livro: "Questões de método na construção da pesquisa em educação"
Evandro Ghedin
Maria Amélia Santoro Franco

Síntese Capítulo II - A construção do olhar do pesquisador
"...o olhar quer ver sempre mais do que aquilo que lhe é dado ver. Olhar significa pensar, e pensar é muito mais do que olhar e aceitar passivamente as coisas. Esse olhar pensante exige uma mudança de atitude diante do mundo e do modo pelo qual os fatos são configurados pela cultura. Então, olhar é interpretar e perceber para poder compreender como são as coisas e os objetivos investigados."
Neste capítulo são abordados dois momentos sobre o modo particular de ver e de pensar a produção do conhecimento na perspectiva da pesquisa ação.


1. Educar o olhar para ler o mundo em suas múltiplas representações
Educar o olhar significa aprender a pensar sistemática e metodicamente sobre as coisas vistas.
A educação do olhar cobra a percepção das múltiplas representações do mundo e da cultura socialmente construídas.
"O olhar deseja sempre mais do que o que lhe é dado a ver" (Novaes, 1997, p.9)
"...o ser humano é por natureza um ser criativo. No ato de perceber, ele tenta interpretar e, nesse interpretar, já começa a criar, não existe um momento de compreensão que não seja ao mesmo tempo criação."(Chauí, 1997, p.40).
O olhar busca muito mais que as sombras escondem por trás dos vazios luminosos do que aquilo revelado de pronto pela visão. Com base no visível, o olhar quer ver o invisível. Com base no objeto visto, quer ver o que não pode ser visto imediatamente. De passagem, poder-se-ia dizer que é esse desejo de ver o invisível, perpassado pelo questionamento e pela reflexão, que desperta o pensamento. Vê-se com os olhos, mas só se sabe o que as coisas são por meio do pensamento.
"Pensar é por a distância [...], pensar não é experimentar, mas construir conceitos" (Novaes, 1997, p.11)
O olhar há de ser crítico, e a crítica surge com a dúvida, que questiona o modo pelo qual as coisas se apresentam. Por isso, deve-se educar o olhar, pois sem esse olhar crítico, há o risco de reproduzir apenas as representações do mundo, suas ilusões, e não o mundo em sua concretude, transformado pela arte de fazê-lo humano.


2. Do olhar que vê ao pensamento que explica e compreende por meio da interpretação
O ser humano procura compreender e explicar o mundo. A compreensão é resultado de uma explicação dada às coisas humanas e não humanas. Isso indica que a explicação, antes da própria compreensão, é a tradução da realidade num significado que tenha sentido e se processe por determinada linguagem ou por signos linguísticos propiciadores de uma comunicação compreensiva do real.
Compreender significa explicar o sentido das significações atribuídas à realidade das coisas e do mundo. Seja qual for o método ou a maneira utilizada, é próprio do ser humano conferir significado à complexa realidade que o envolve e, por meio da interpretação, compreendê-la.
Todo discurso tem a pretensão de atingir a realidade e exprimir o mundo; refere-se a algo, a um mundo sobre o qual está falando. A fala do discurso é a expressividade da realidade que se pretende conhecer. O discurso produzido constitui produto de determinado contexto que fala por intermédio do pesquisador. Não só o discurso pretende atingir a realidade, como também a própria realidade atinge a pessoa pelo discurso. Isso quer dizer que a realidade toca diretamente a pessoa quando esta procura tocá-la. Essa relação de cumplicidade e imbricação possibilita o conhecimento de que, simultaneamente, se está ao redor delas. Os discursos se referem sempre a dada realidade, podem ser falseados, mas nunca são uma espécie de ficção proposta como se fosse realidade.